25 maio 2019

DIAGNÓSTICO: Repórter do Post diz ver semelhanças em ataques à imprensa no Brasil e nos EUA


Ataques diários à imprensa por meio de pronunciamentos no Twitter é estratégia comum usada pelos presidentes dos Estados Unidos e do Brasil. A acusação de que o jornalismo é injusto, tendencioso, disseminador de notícias falas e antinacionalista é o modo que os chefes de Estado têm usado para desacreditar a imprensa. Esse é o diagnóstico feito por Paul Farhi, repórter e crítico de mídia do jornal norte-americano Washington Post, que se disse surpreso com as semelhanças entre o quadro político brasileiro e americano. “Sempre pensei no Brasil como um local exótico, diferente na história, no povo e nas tradições, mas estamos na mesma situação”, afirmou. Para o jornalista, que esteve no auditório do jornal Folha de S.Paulo na terça-feira (21) em palestra para a Redação, é perceptível que Jair Bolsonaro vê em Donald Trump um modelo a ser seguido. “Acredito que nenhum político goste da imprensa a não ser que ela seja útil para ele, mas nunca vivemos o que estamos passando com o atual presidente. São ataques diários, tentando nos pregar a pecha de anti-americanos, e criando pequenas dificuldades para evitar que estejamos nos lugares certos na hora necessária.” Flavia Lima, ombudsman da Folha de S.Paulo, perguntou como Farhi lida com a cobrança dos leitores pró-Trump, que acham que o jornal tem um viés contra o governo. “Não somos obrigados a balancear uma notícia considerada negativa com outra positiva. Não é assim que funciona. O problema é que as pessoas não entendem a dinâmica do jornalismo”, disse.
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