02 janeiro 2019

MINISTRO: O que esperar de Guedes à frente da Economia?


Sem espaço para erros nos primeiros meses de governo e com a principal missão de avançar nas reformas estruturais, Paulo Guedes, novo ministro da Economia, terá uma missão adicional espinhosa: administrar a pressão interna dos colegas da Esplanada dos Ministérios, que tende a crescer ao longo do ano. Os 22 novos ministros de Bolsonaro chegam a Brasília com muito gás para colocar em prática as mudanças desenhadas nos dois meses de transição, mas o cobertor orçamentário em 2019 é curto. Na verdade, curtíssimo. Com o aumento das despesas obrigatórias (como pagamento de salários e aposentadorias), o espaço que os principais auxiliares de Bolsonaro terão para gastar não deve passar de R$ 102,5 bilhões. Esse volume de dinheiro é ainda menor do que os gastos em 2018. O número não está fechado mas, no ano passado, devem ter sido gastos R$ 120 bilhões em despesas que não são obrigatórias - Orçamento já comprimido e que provocou críticas e tensão entre a equipe de Temer e os aliados políticos. Desde a criação do teto de gastos, que limita o crescimento das despesas à variação da inflação, não adianta mais esperar pelo reforço de arrecadação no caixa do Tesouro, como ocorria no passado. Todo dinheiro a mais que pingar nos cofres da União é automaticamente revertido para diminuir o buraco das contas públicas. Não serve para gastar mais.
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