28 dezembro 2017

TRIBUNAL DO CRIME: 'Vi dois cavando a cova', diz homem que escapou da morte

O pedreiro que cumpriu pena por roubo em um presídio de Guarulhos, na Grande São Paulo, não imaginava que voltar para casa se tornaria o maior dos seus pesadelos. Tudo porque a cadeia onde ele ficou era dominada por uma facção rival em relação à que controla o tráfico de drogas na comunidade onde morava. Ele, que nega ter cometido o crime, havia ficado em uma cela com membros do Comando Revolucionário Brasileiro da Criminalidade (CRBC) que faz oposição ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Ter estado com uma quadrilha diferente já é motivo para uma pessoa ser julgado no "tribunal do crime". Ao G1, o ex-detento contou como sobreviveu a um dos 35 julgamentos já feitos por criminosos neste ano no estado. Ele foi sequestrado e condenado à morte numa área de mata fechada, ao lado de um cemitério clandestino. "Quando eu cheguei lá, vi que tinha dois lá já cavando a cova. Foi quando eu fiquei bastante, assim, abalado no psicológico. Aquele momento ali era meu fim. Eu não tinha mais esperança de rever a minha família, os meus filhos", disse ele, que escapou da morte após uma viatura da Polícia Militar (PM) passar perto do local onde estava sendo torturado. Um dos seus carrascos colocou o cano de revólver na boca do pedreiro, quebrando seus dentes; outro o agrediu com coronhadas do revólver na cabeça; um aterrorizou dizendo que ele "cheirava a morte". Também foi agredido com pauladas no joelho e foi obrigado a caminhar até um terreno baldio.
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