12 dezembro 2016

INTERIOR PAULISTA: Crise nas prefeituras paralisa hospitais

Sem verbas próprias e com atraso nos repasses das prefeituras, hospitais que atendem pelo sistema público de saúde estão parando em todo o interior paulista. Em várias cidades, consultas, cirurgias e internações acabaram suspensas por falta de profissionais ou o atendimento foi reduzido para enxugar custos. Há ainda médicos e funcionários em greve por falta de pagamento. Estudantes de Medicina e funcionários do Hospital Santa Lucinda, de Sorocaba, saíram em passeata na quarta-feira passada contra a suspensão de convênio da prefeitura com o hospital que garantia o atendimento de 3 mil pacientes e até 800 internações por mês. Os estudantes da Pontifícia Universidade Católica (PUC) alegam que 80 leitos separados para o Sistema Único de Saúde (SUS) estão sendo desativados. Há uma semana, a Justiça determinou à prefeitura um repasse de R$ 68 milhões ao centro médico para a realização de cirurgias cardíacas, sob pena de multa diária de R$ 10 mil. A prefeitura informou que entrará com recurso e alegou que a suspensão do convênio decorreu da situação financeira do município. Apontou ainda a defasagem entre os custos da saúde e o que recebe de repasses estaduais e federais. Funcionários da Santa Casa de Valinhos fizeram um protesto na mesma quarta contra o atraso nos salários. Eles não receberam o adiantamento de dezembro e a primeira parcela do 13º salário. O hospital diz que o repasse da prefeitura atrasou e o ato não prejudicou o atendimento. A prefeitura negou o atraso e informou que, neste ano, já repassou R$ 18 milhões ao local, valor acima do repassado em anos anteriores. Na segunda-feira da semana passada, funcionários do Hospital Psiquiátrico Vera Cruz, de Sorocaba, fizeram um protesto contra a falta de alimentos para os 300 pacientes da unidade.
(Bol)
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