04 dezembro 2016

FACÇÃO: PCC pagava 6 milhões por ano a advogados

A Polícia Civil de São Paulo e o Ministério Público Estadual identificaram 1.001 detentos que seriam os "gerentes" do Primeiro Comando da Capital (PCC), responsáveis por cartas com ordens, decisões e pagamentos em nome da facção no Estado. Os investigadores chegaram à lista durante o inquérito que apurou o envolvimento de advogados com a organização criminosa. A apuração mostrou ainda que a facção destinava cerca de R$ 6 milhões anualmente para pagamentos aos advogados. O valor mantinha a chamada "sintonia dos gravatas" ou "célula R", como passou a ser chamado o grupo que passava por uma "reestruturação organizacional" neste ano. As informações estão no relatório final da investigação da polícia apresentado à Justiça, e obtido pela reportagem. A investigação levou à deflagração da Operação Ethos no dia 22 de novembro, que resultou na prisão de 33 advogados suspeitos de colaborar com o PCC em crimes de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e corrupção. Entre os presos está o ex-conselheiro de Defesa de Direitos Humanos Luiz Carlos dos Santos. No topo da lista dos gerentes está Marco Willians Herbas Camacho o Marcola, que atende pelo número 1.013, o que virou um dos seus apelidos na liderança da organização. A numeração também serviria como assinatura de cartas com ordens visando a proteger a identificação dos envolvidos. Uma planilha interceptada no âmbito do inquérito policial mostrou quais numerações correspondiam a cada detento.
(Band)
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