A Polícia Civil de São Paulo e o Ministério Público Estadual
identificaram 1.001 detentos que seriam os "gerentes" do Primeiro
Comando da Capital (PCC), responsáveis por cartas com ordens, decisões e
pagamentos em nome da facção no Estado. Os investigadores chegaram à lista
durante o inquérito que apurou o envolvimento de advogados com a organização
criminosa. A apuração mostrou ainda que a facção destinava cerca de R$ 6
milhões anualmente para pagamentos aos advogados. O valor mantinha a chamada
"sintonia dos gravatas" ou "célula R", como passou a ser
chamado o grupo que passava por uma "reestruturação organizacional"
neste ano. As informações estão no relatório final da investigação da polícia
apresentado à Justiça, e obtido pela reportagem. A investigação levou à
deflagração da Operação Ethos no dia 22 de novembro, que resultou na prisão de
33 advogados suspeitos de colaborar com o PCC em crimes de tráfico de drogas,
lavagem de dinheiro e corrupção. Entre os presos está o ex-conselheiro de
Defesa de Direitos Humanos Luiz Carlos dos Santos. No topo da lista dos
gerentes está Marco Willians Herbas Camacho o Marcola, que atende pelo número
1.013, o que virou um dos seus apelidos na liderança da organização.
A numeração também serviria como assinatura de cartas com ordens visando a
proteger a identificação dos envolvidos. Uma planilha interceptada no âmbito do
inquérito policial mostrou quais numerações correspondiam a cada detento.
(Band)