08 novembro 2016

ENGAVETANDO: Para líderes, fim de foro privilegiado não é prioridade

Sem apoio do Palácio do Planalto, as propostas que estabelecem o fim do foro privilegiado para autoridades devem permanecer engavetadas no Congresso Nacional. O tema tem sido evitado pela cúpula governo e pelas principais lideranças da base aliada na Câmara e no Senado. Em entrevista ao Estadão, publicada neste domingo, 6, o juiz federal Sérgio Moro, responsável pela condução da Operação Lava Jato na primeira instância, sugeriu que o foro fosse restrito apenas aos presidentes dos três Poderes. No entendimento do juiz, o Supremo tem um número limitado de magistrados para apreciar casos criminais e que um dos caminhos seria retirar o "privilégio" de "um bom número de autoridades". Atualmente, tramita na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), de cada uma das Casas, proposta de emenda à Constituição (PEC) que prevê o fim do foro especial para todas as autoridades, incluindo o presidente da República, ministros do Supremo e congressistas. No caso da Câmara, a discussão da proposta, mesmo se aprovada na CCJ, deverá se arrastar pelo próximo ano, uma vez que ainda precisa passar por debate em uma comissão especial, antes de ir para votação do plenário. "Existe uma demanda da sociedade para que esse tema seja apreciado e acho que o Congresso não pode se fazer de cego e surdo para isso", afirmou o relator do projeto, o deputado Efraim Filho (DEM-PB). Na tarde desta terça-feira, 8, o presidente da CCJ, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), se reúne com coordenadores das bancadas dos partidos para tentar definir as prioridades do colegiado neste fim do ano. A depender do governo, a PEC do fim do foro privilegiado continuará em segundo plano.
(Bol)
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