A Polícia Federal realiza nesta quinta-feira (13) a Operação Ápia para
desarticular uma organização criminosa que atuou no Tocantins fraudando licitações
públicas e execução de contratos administrativos para a terraplanagem e
pavimentação asfáltica em rodovias estaduais. A suspeita da PF é que a fraude
tenha sido de R$ 1,2 bilhão. Dois ex-governadores são alvo dessa operação, José
Wilson Siqueira Campos foi conduzido coercitivamente, e Sandoval Cardoso foi
preso temporariamente. A defesa de Siqueira Campos foi procurada e diz que vai
se posicionar sobre o caso nesta manhã. A defesa de Sandoval ainda não foi
encontrada. Também são alvos a Secretaria de Infraestrutura de Tocantins,
a empresa Vídeo BG e a empresa Barra Grande Construtora. A operação é
realizada em conjunto com o Ministério Público Federal e Controladoria Geral da
União. O foco da investigação são as obras nas rodovias licitadas e
fiscalizadas pela secretaria de infraestrutura, que correspondem a 70% do valor
total dos empréstimos contraídos. Ao todo, 350 policiais participam da operação
cumprindo 113 mandados judiciais expedidos pela Justiça Federal sendo 19
mandados de prisão temporária, 48 de condução coercitiva e 46 de busca e
apreensão no Tocantins, Maranhão, Goiás, Belo Horizonte
(MG), São Paulo (SP), Brasília (DF) e Cocalinho (MT). No Tocantins, a operação
é realizada em Araguaína, Gurupi, Goiatins, Formoso do Araguaia, Riachinho e
Palmas. Em Goiás, nas cidades de Goiânia, Aparecida de Goiânia e Anápolis. No
Maranhão, em São Luís, Governador Nunes Freire e Caxias. Segundo a Polícia
Federal, a investigação apontou um esquema de direcionamento de concorrências
envolvendo órgãos públicos de infraestrutura e agentes públicos do Estado, nos
anos de 2013 e 2014. As obras, conforme as investigações, foram custeadas por
recursos públicos adquiridos pelo Estado, por meio de empréstimos bancários
internacionais e com recursos do BNDES, tendo o Banco do Brasil como agente
intermediário dos financiamentos no valor total de cerca de R$ 1,2 bilhão. Os
recursos adquiridos tiveram a União como garantidora da dívida. A PF disse que
chamou a atenção dos investigadores o fato de que, em um dos contratos, uma
empreiteira pediu mais de 1.500 caminhões carregados de brita para completar
uma obra. Se enfileirados, esses veículos cobririam uma distância de 27 km,
ultrapassando a extensão da própria rodovia.
13 outubro 2016
Reginaldo Monteiro

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