07 outubro 2016

GUARUJÁ: Diretora de escola é espancada por jovens após denunciar irregularidades

A diretora de uma escola estadual em Guarujá, no litoral de São Paulo, foi espancada por dois jovens desconhecidos após denunciar irregularidades que, segundo ela, aconteciam na unidade. Para ela, o ataque foi uma tentativa de intimidá-la para que a investigação não continuasse. As agressões chegaram a causar um traumatismo craniano na vítima. A polícia já está investigando o caso e um boletim de ocorrência foi registrado. A diretora agredida mudou-se para a Baixada Santista neste ano. Em São Paulo, ela foi responsável pela escola que atingiu o maior IDEB da capital paulista. Abalada e com hematomas no rosto e no corpo, a diretora precisou ser afastada do trabalho, mas garante que voltará a unidade e vai transformar a escola em uma das melhores da cidade. Há 29 anos dentro da rede pública de ensino, a profissional, que prefere não ser identificada, saiu da capital paulista para ser diretora da Escola Estadual Vicente de Carvalho, no Centro de Guarujá. Assim que chegou, foi muito bem recebida pelos professores e alunos. Com a chegada dela na escola, a atual gestora virou vice-diretora. “Quando mudamos de escola temos dez dias para levantar possíveis irregularidades. Se eu não aponto, eu passo a responder por elas. Eu tenho que apresentar a documentação que comprova as possíveis irregularidades e o dirigente de ensino encaminha os procedimentos administrativos. Isso é praxe dentro da Secretaria da Educação”, explica. A nova diretora apontou três possíveis irregularidades na escola. As notas fiscais da merenda escolar de agosto constavam que os alunos tinham comido melão, abacaxi, maçã, chuchu, abobrinha e repolho, mas não havia nenhum desses alimentos na escola. “De acordo com o relato dos alunos, de maio para cá eles comeram apenas banana”, diz. Outra irregularidade é referente ao patrimônio da escola. O documento diz que há quatro televisões e um microscópio com lupa eletrônica, que não foram localizados. Segundo ela, há livros didáticos jogados no chão e potes onde é servida a merenda em uma parte do prédio que está interditada. O terceiro e mais grave problema seria um possível desvio de recurso financeiro. A antiga diretora e atual vice prestou contas. Os professores, por outro lado, dizem que serviços que estão na nota fiscal não foram realizados na escola. "Ela disse que era uma forma de pagar o contador. Alguém expedia essa nota fiscal como se o serviço estivesse sido realizado, ela pegava esse dinheiro e pagava o contador”, explica. A atual diretora teve acesso a cheques da Associação de Pais e Mestres que estavam assinados pelo diretor executivo e pela diretora financeira e que estavam em branco. Ela repassou as irregularidades para a Diretoria de Ensino, em Santos, na última sexta-feira.
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