Dez meses após o processo
começar a tramitar no Conselho de Ética, a Câmara dos Deputados tem sessão
marcada nesta segunda-feira (12) para que o plenário decida sobre a cassação do
deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A sessão está prevista para ter início
às 19h. Cunha já informou que pretende comparecer pessoalmente à sessão
para fazer a sua defesa ao lado do seu advogado, Marcelo Nobre. Alvo da
Operação Lava Jato, o peemedebista é acusado de manter contas bancárias
secretas no exterior e de ter mentido sobre a existência delas em depoimento à CPI da Petrobras no ano passado. O deputado
sempre negou ser o titular de
conta fora do país, mas diz apenas ser o beneficiário de recursos
geridos por trustes (empresas que administram fundos e bens). O processo no Conselho de
Ética foi instaurado em novembro do ano passado a partir de uma
representação do PSOL e da Rede. Em razão de sucessivas manobras levadas a cabo
por um grupo fiel de aliados, Cunha conseguiu estender o andamento do processo.
Em maio, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou, em uma decisão inédita, afastá-lo da presidência da Câmara e também suspender o seu
mandato parlamentar por entender que ele estaria usando o cargo para interferir
nas investigações contra ele. Cada vez mais isolado politicamente, Cunha acabou renunciando ao
cargo de presidente em julho. Para a sessão desta
segunda-feira, até mesmo parlamentares próximos ao peemedebista reconhecem que
as chances de ele conseguir salvar o seu mandato são mínimas. De
qualquer maneira, a estratégia em análise por esse grupo de aliados é tentar questionar o procedimento
de votação para reduzir a pena de Cunha para uma
suspensão temporária ou até, caso a cassação se confirme, evitar que ele fique
inelegível.
(globo.com)