Faz
muitos anos que no Núcleo Habitacional Antonio De Conti surgiu a primeira
Associação Comunitária (ou de moradores) em Pederneiras, formada pela própria comunidade, com
objetivo de reivindicar melhorias coletivas da qualidade de vida e defender os
interesses de quem reside na região.
Dentre
outros membros fundadores estavam o Zé Roberto, o Zebine, a Zezé, o Carlinhos,
o Vilson Cípoli, o Tiãozinho e o Elói, além de mim. O primeiro e mais
importante passo da entidade foi a retomada do Centro Comunitário, para que
pudéssemos ali desenvolver atividades. Depois presenciamos a instalação da
Associação do Michel Neme com o sargento Gilberto, do Maria Elena com o Kiko,
e seguiram-se outras. Ainda bem que das atuais, a do Leonor Mendes de Barros é que
continua a resistir com vida, voz e vez.
Com
as Associações vieram as atividades de alfabetização de adultos, tricô e
crochê, corte e costura, serigrafia, escolinha de futebol, chocolates e ovos
de páscoa, fabricação de bolas para citar alguns, além é claro, do lazer, diversão e outras. Algumas dessas atividades eram desenvolvidas nos Centros
Comunitários, que funcionam como sede das Associações. E aí entrava a
Prefeitura de Pederneiras como parceira, cedendo monitores. Os moradores não
precisavam se deslocar dos bairros onde moravam para participar, aprender,
contribuir.
Quando
ouço alguém falar da ausência de atividades dessas entidades, sinto como que
uma pulga atrás da orelha incomodando. E logo vêm à mente as perguntas: por que
desestabilizá-las, retirando delas as atividades que antes
desenvolviam em parceria com o Poder Público? Por que fazer com que as pessoas
tenham que se deslocar dos bairros onde moram para participar de atividades que
bem poderiam ser realizadas nos Centros Comunitários? Por que enfraquecer o
movimento de participação e luta de comunidades tão importantes?
Imagino que pela expansão urbana e a dificuldade de locomoção, os bairros são
como pequenas cidades onde a população encontra tudo a seu alcance. A tendência
é de que eles tenham cada vez mais autonomia e vida própria. Pensando
assim e olhando a desatenção que por vezes o Governo Municipal demonstra com a
periferia, estou cada vez mais convencido de que a
sociedade organizada deveria se reerguer em Pederneiras, reagir e impor cobranças de
problemas para que a administração pública os resolva, como já foi no passado.
Reginaldo
Monteiro