13 julho 2016

OPINIÃO: Associações de Moradores precisam reagir

Faz muitos anos que no Núcleo Habitacional Antonio De Conti surgiu a primeira Associação Comunitária (ou de moradores) em Pederneiras, formada pela própria comunidade, com objetivo de reivindicar melhorias coletivas da qualidade de vida e defender os interesses de quem reside na região.

Dentre outros membros fundadores estavam o Zé Roberto, o Zebine, a Zezé, o Carlinhos, o Vilson Cípoli, o Tiãozinho e o Elói, além de mim. O primeiro e mais importante passo da entidade foi a retomada do Centro Comunitário, para que pudéssemos ali desenvolver atividades. Depois presenciamos a instalação da Associação do Michel Neme com o sargento Gilberto, do Maria Elena com o Kiko, e seguiram-se outras. Ainda bem que das atuais, a do Leonor Mendes de Barros é que continua a resistir com vida, voz e vez.

Com as Associações vieram as atividades de alfabetização de adultos, tricô e crochê, corte e costura, serigrafia, escolinha de futebol, chocolates e ovos de páscoa, fabricação de bolas para citar alguns, além é claro, do lazer, diversão e outras. Algumas dessas atividades eram desenvolvidas nos Centros Comunitários, que funcionam como sede das Associações. E aí entrava a Prefeitura de Pederneiras como parceira, cedendo monitores. Os moradores não precisavam se deslocar dos bairros onde moravam para participar, aprender, contribuir.

Quando ouço alguém falar da ausência de atividades dessas entidades, sinto como que uma pulga atrás da orelha incomodando. E logo vêm à mente as perguntas: por que desestabilizá-las, retirando delas as atividades que antes desenvolviam em parceria com o Poder Público? Por que fazer com que as pessoas tenham que se deslocar dos bairros onde moram para participar de atividades que bem poderiam ser realizadas nos Centros Comunitários? Por que enfraquecer o movimento de participação e luta de comunidades tão importantes?

Imagino que pela expansão urbana e a dificuldade de locomoção, os bairros são como pequenas cidades onde a população encontra tudo a seu alcance. A tendência é de que eles tenham cada vez mais autonomia e vida própria. Pensando assim e olhando a desatenção que por vezes o Governo Municipal demonstra com a periferia, estou cada vez mais convencido de que a sociedade organizada deveria se reerguer em Pederneiras, reagir e impor cobranças de problemas para que a administração pública os resolva, como já foi no passado.

Reginaldo Monteiro
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