Nas negociações
do acordo de delação premiada, executivos da construtora Odebrecht, entre eles
o ex-presidente da empresa Marcelo Odebrecht, apontaram mais de cem deputados,
senadores e ministros, entre outros políticos, como beneficiários diretos de
desvios de dinheiro público, ou como recebedores de outras vantagens, como
repasses de verba para suas campanhas, por exemplo. Entre os citados há pelo
menos dez governadores e ex-governadores, segundo informou ao GLOBO uma fonte
ligada às investigações. Entre os citados nas negociações preliminares estão o governadores
do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB); de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB); e de
Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT). Não estão claras ainda as circunstâncias
em que cada um dos governadores aparece no roteiro das delações. Na lista
também constam vários ex-governadores, entre eles Sérgio Cabral (PMDB-RJ). As
informações sobre Cabral, que já foi citado por outros delatores, entre eles
Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, são consideradas consistentes
pelos investigadores. Os depoimentos dos executivos da Odebrechet
estão previstos para começar hoje, segundo o blog do jornalista Lauro Jardim,
do GLOBO. Serão 15 os depoentes. Os acordos de delação de Marcelo e de outros
diretores da empresa são os mais temidos desde o início da Operação Lava-Jato,
há dois anos. Maior empreiteira do país, a Odebrecht tem obras e contratos com
a administração pública dos três Poderes, e em praticamente todos os estados do
país. Só no ano passado, a empresa faturou mais de R$ 130 bilhões com negócios
no Brasil e no exterior.
(O Globo)