A Procuradoria-Geral da República ainda vai analisar se cabe ou
não pedir abertura de inquérito para investigar denúncia de que Temer pediu
propina para a campanha de Gabriel Chalita. Se recorrer aos mesmos critérios
adotados em relação a Dilma Rousseff, a tendência do procurador-geral, Rodrigo
Janot, será deixar as investigações para o período posterior à saída de Temer
da Presidência da República. Pela Constituição, o presidente da República não
pode ser investigado ou processado por ato anterior ao mandato em vigor. Sobre
Temer os fatos são relativos às eleições de 2012. Temer foi reeleito
vice-presidente na chapa de Dilma em 2014. Na Lava-Jato, quando Paulo Roberto
Costa disse ter dado dinheiro à campanha de Dilma por intermédio de Antônio
Palloci, Janot entendeu que não devia pedir abertura de inquérito porque os
fatos eram “estranhos ao exercício das funções” de Dilma. A delação do
ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado incluiu, pela primeira vez, o
presidente interino, Michel Temer, no escândalo da Lava-Jato. Em depoimento de
delação premiada, Machado
disse que Temer lhe pediu para fazer doação de R$ 1,5 milhão para a campanha de
Gabriel Chalita à prefeitura de São Paulo, em 2012. Segundo Machado,
na conversa ficou claro que se tratava de pedido de repasse, por doação
oficial, de propina de contratos da Transpetro, empresa subsidiária da
Petrobras.
(O Globo)