Em mais uma tentativa de fechar um acordo de delação premiada, o operador
do mensalão Marcos Valério entregou na semana passada ao Ministério Público do
Estado de Minas Gerais uma proposta de colaboração para revelar novos detalhes
sobre os escândalos do mensalão do PSDB e do PT. O advogado Jean Robert
Kobayashi Júnior, escalado para negociar a proposta, afirma que Valério deve
entregar cerca de 20 nomes, incluindo parlamentares com foro privilegiado de
diversos partidos, e nomes envolvidos nos escândalos investigados na Lava Jato,
a quem a defesa de Valério encaminhou uma proposta de colaboração no ano
passado. Há três anos preso na região metropolitana de Belo Horizonte, Valério
pegou a maior pena entre os condenados no histórico julgamento do STF e cumpre
37 anos de prisão por corrupção ativa peculato, evasão de divisas e lavagem de
dinheiro. A interlocutores, ele tem dito que "cansou de apanhar" e
que "agora vai começar a bater". Valério está na penitenciária Nelson
Hungria, em Contagem, onde trabalha para descontar dias de sua pena. A expectativa dele era
de conseguir ir para o regime semiaberto em um ano e meio, mas ele ainda está
prestes a ser julgado por envolvimento no mensalão mineiro, pela Justiça
estadual, e também já foi alvo de uma denúncia da Lava Jato perante o juiz
Sérgio Moro, em Curitiba, o que pode, na prática, impedir que ele deixe o
regime fechado. Seu interrogatório na ação penal que responde no mensalão
mineiro está marcado para o dia 1º de julho.
(Último Segundo)