O ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró disse
em depoimento de delação premiada que a presidente afastada, Dilma Rousseff, sabia de todos os detalhes da compra da
refinaria de Passadena, nos Estados Unidos, que trouxe prejuízo aos cofres da
Petrobras. Por meio de nota, a assessoria de imprensa da presidente afastada
informou que prestou informações sobre o caso de Pasadena à Procuradoria Geral
da República em 8 de abril de 2014. O teor das delações de Cerveró foi tornado
público nesta quinta-feira (2), após retirada do sigilo do processo pelo
ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, a pedido da Procuradoria
Geral da República. Pelo acordo de delação, ele deixará a
prisão no próximo dia 24 e se comprometeu a devolver mais de
R$ 17 milhões em dinheiro desviado. Em 2006, a Petrobras pagou US$ 360 milhões
por 50% da refinaria (US$ 190 milhões pelos papéis e US$ 170 milhões pelo
petróleo que estava em Pasadena). O valor é muito superior
ao que foi pago um ano antes pela belga Astra Oil pela refinaria inteira: US$
42,5 milhões. O preço levantou suspeitas de superfaturamento e evasão de
divisas na negociação. Segundo relato do depoimento de Cerveró no texto do
acordo de delação, "Dilma Rousseff tinha todas as informações sobre a
refinaria de Pasadena". O texto diz ainda "que o Conselho de
Administração não aprova temas com base em resumo executivo; que o projeto foi
aprovado na Diretoria Executiva da Petrobras numa quinta e na sexta o projeto
foi aprovado no Conselho de Administração; que esse procedimento não era usual".
(G1)