Na expectativa da sessão de discussão e votação do parecer que
pode resultar na perda do mandato de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), marcada para esta
terça-feira (7), o Conselho de Ética da Câmara chega a etapa final do processo
com pelo menos oito mudanças na composição. As trocas que alteraram vagas de
alguns dos 21 integrantes foram feitas estrategicamente, segundo adversários do
peemedebista, para beneficiá-lo com pena mais branda. Paulinho da Força (SD-SP)
chegou a substituir o titular Wladmir Costa (SD-PA) dias antes da votação do
relatório que, por 11 votos a 10, garantiu a continuidade do processo. A
proposta era engrossar o apoio a Cunha mas, depois da batalha perdida, a vaga voltou
a ser ocupada por Costa. Nesta votação, também votaram a favor do processo
contra Cunha, além do relator do caso, Marcos Rogério (DEM-RO), os deputados
Júlio Delgado (PSB-MG), Léo de Brito (PT-AC), Nelson Marchezan Júnior
(PSDB-RS), Paulo Azi (DEM-BA), Sandro Alex (PSD-PR), Zé Geraldo (PT-PA) e
Rossoni (PSDB-PR), que não está exercendo o mandato. Todos os deputados
continuam nas vagas, exceto Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) que também se
posicionou a favor do processo e acabou sendo substituído pelo partido, que
reivindicou a vaga agora ocupada por Jozi Araújo (PTB-AP). Araújo atua no
conselho como suplente de Mauro Lopes (PMDB-MG), que não têm participado das
reuniões. Eduardo Cunha está afastado do mandato
desde o mês passado por decisão liminar do ministro Teori Zavascki, relator da
Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro que entendeu
haver desvio de finalidade para promover interesses espúrios. Desde março,
Cunha é réu no processo que investiga se o parlamentar recebeu US$ 5 milhões de
propina por um contrato de navios-sondas da Petrobras. Por unanimidade, o STF
negou, na quarta-feira (1º), recurso da defesa do peemedebista contra a
abertura de ação penal que o tornou réu da Lava Jato.
(Band)