Pré-candidato para a disputa à
Presidência da República em 2018, pelo PDT, o ex-ministro Ciro Gomes não
descarta a possibilidade de um gesto extremo de “solidariedade pessoal”, se o
juiz Sérgio Moro ou outra autoridade decretar a prisão do ex-presidente Lula em
uma situação que ele considere “fora das regras do estado democrático de
direito”: formar um grupo de juristas, “sequestrar” o ex-presidente e levá-lo a
uma embaixada com pedido de asilo para que ele possa se defender “de forma
plena e isenta”. O ex-governador do Ceará disse que a ideia surgiu na época em
que o ex-presidente
foi conduzido coercitivamente pela Polícia Federal para depor em São Paulo. “Pensei: se a
gente formar um grupo de juristas, a gente pode pegar o Lula e entregar numa
embaixada. À luz de uma prisão arbitrária, um ato de solidariedade particular
pode ir até esse limite. Proteger uma pessoa de uma ilegalidade é um direito”, disse
Ciro ao GLOBO. Segundo o ex-ministro e ex-governador, essa medida pode ser
pensada, “dependendo da qualidade da decisão” da Justiça em relação ao
ex-presidente. “Hoje, não enxergo motivos para uma prisão de Lula, embora eu
esteja muito irritado com sua frouxidão moral. É obra dele a criação dessa
linha sucessória que ai está. Quem criou esse monstro Eduardo Cunha foi Lula”, disse
Ciro.
(O Globo)