Cogitada pelo ministro da Fazenda, Henrique
Meirelles, uma volta temporária do imposto sobre movimentação financeira, a
CPMF, enfrenta intensa rejeição entre partidos aliados ao governo interino e
até mesmo dentro do Palácio do Planalto. O
ministro-chefe da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, um dos assessores
mais próximos do presidente Michel Temer (PMDB), disse nesta segunda-feira (16)
acreditar que a possível reedição do imposto ‘não deve transitar agora’. “Não é
o momento”, avaliou. A
fala foi dada em entrevista para a rádio Metrópole, de Salvador (BA). Na
entrevista, o ministro afirmou, porém, que essa é uma opinião pessoal, mas
disse isso ressaltando sua discordância. “Se for proposto, deixa de ser
convicção pessoal e passa a ser posição de governo. Ou eu saio ou vou defender
a aprovação”, afirmou. Meirelles defendeu a CPMF em sua primeira
entrevista como responsável pelo setor econômico. “Caso seja necessário um
tributo, ele será aplicado, mas de modo temporário”, disse. O ministro
da Fazenda adiou para esta terça-feira o anúncio de sua equipe, incluindo o
novo presidente do Banco Central, e deverá adotar um discurso mais ameno sobre
o imposto. No Congresso, a resistência apareceu em dois importantes
aliados da gestão peemedebista. No fim de semana, o líder do PSDB na Câmara,
Antônio Imbassahy (BA), disse que o partido deve votar contra aumento de
impostos. Nesta segunda-feira foi a vez de o líder do DEM, Pauderney Avelino
(AM), garantir voto da bancada contra a CPMF. “Já disse a [Michel] Temer. É uma
questão partidária”, afirmou.
(Band)