A intensa disputa política entre os partidos
por espaços no eventual governo do vice-presidente Michel Temer (PMDB) já
começa a travar a definição dos nomes para os ministérios e bancos públicos.
Nos bastidores, o principal embate ocorre entre o PMDB e o PP, mas há também
confrontos entre outras legendas. A Saúde é a mais cobiçada. Temer quer
que o posto seja ocupado por um nome de grande respaldo na sociedade civil e
médica. O presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), por exemplo, já tem um nome na
cabeça: o cirurgião paulista Raul Cutait, que por anos esteve à frente do
Hospital Sírio Libanês. Sondado, Cutait ainda não deu a palavra final. Ao
negociar a pasta com o PP, Temer caminhava para manter um acordo previamente
alinhavado com a legenda. Nesta semana, no entanto, começou a ganhar corpo um
movimento dentro dos quadros do PMDB para garantir que a Saúde, assumida no fim
do ano passado, permanecesse nas mãos do partido. Os dois partidos também
se enfrentam pelo comando dos cargos de direção na Caixa Econômica Federal. Nas
negociações para compor o governo, a presidência da Caixa está sendo oferecida
ao PP, que já tem uma vice-presidência do banco. O PMDB é responsável por
comandar outras seis vices das 11 que o banco tem - o restante é da cota do
PT. Na área trabalhista, tamanho é o assédio que Temer pretende separar o
atual Ministério do Trabalho e Previdência Social em duas pastas.
(BN)