Responsáveis por mobilizar milhares de
pessoas em protestos contra a presidente Dilma Rousseff, as finanças dos
principais movimentos pró-impeachment são um mistério. De acordo com a
Folha de S. Paulo, nenhum dos três maiores grupos que convocaram os
protestos antigoverno divulga a origem ou a quantidade de
dinheiro utilizada para custear suas ações políticas. Exigindo transparência
do governo Dilma, os movimentos apenas divulgam que o dinheiro entra
através de doações de pessoas físicas e da venda de produtos. Não é possível
saber o número de doadores ou o valor da colaboração média. Há casos
de doações recebidas em conta de pessoa física e de coleta informal de
dinheiro vivo. O Movimento Brasil Livre (MBL), Vem Pra Rua e
Revoltados Online são os movimentos que mais influentes das redes sociais.
Questionado pela Folha, o MBL, único que enviou dados à reportagem,
informou despesas no último protesto em São Paulo, que reuniu 500 mil na
avenida Paulista. Não foram indicadas as origem dos recursos, mas
os gastos foram de R$ 28 mil com caminhão, seguranças e publicidade
no Facebook, entre outras despesas. A quantia, porém, não se
refere ao total usado nas atividades do
movimento, incluindo viagens a Brasília. Os fornecedores não são
divulgados e as notas não foram enviadas. O Vem Pra Rua se negou a abrir
detalhes dos doadores. De acordo com o porta-voz do movimento,
Rogério Chequer, as contribuições nem sequer passam por conta bancária. Os
colaboradores são orientados a pagar diretamente aos fornecedores,
segundo Chequer. Já o terceiro grupo, o Revoltados não
respondeu aos contatos da Folha.
(Último Segundo)