A discussão sobre o pedido de impeachment contra a presidente Dilma
Rousseff praticamente paralisou os trabalhos na Câmara dos Deputados. Os
parlamentares transformaram a tribuna da Casa em palanque para puxar gritos de
"Fora, Dilma!" ou "Não vai ter golpe!" mesmo
com votações em andamento. O iG analisou mil
pronunciamentos feitos no plenário da Câmara após as manifestações de 13 de
março que ocorreram em todo o País contra o governo Dilma. A análise abordou 12
sessões realizadas no período entre os dias 14 e 23 do mês passado. O
impeachment foi o tema principal da maioria dos discursos, sendo abordado 514
vezes pelos deputados. Os parlamentares da oposição ao governo falaram sobre o
assunto em 351 oportunidades, enquanto os aliados de Dilma defenderam a
permanência da petista no cargo em outras 130 ocasiões. Houve ainda 33
pronunciamentos de deputados que debateram o assunto sem defender um
posicionamento específico. “O impeachment é o eixo da crise que o País está
atravessando. Enquanto este assunto não for decidido, é difícil de imaginar que
qualquer outra coisa seja discutida”, analisa o sociólogo e cientista
político Bolívar Lamounier. “Não tem como avaliar se isso é bom ou ruim. O
impeachment tem prioridade sobre todos os outros temas a partir do momento em
que você não sabe a situação em que o governo estará nos próximos 30 dias”,
corrobora o cientista político e consultor Heni Ozi Cukier.
