A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta
segunda-feira (4) que o juiz Sérgio Moro tentou "intervir na organização
política do país". De acordo com informações da Folha de S. Paulo, a
defesa reiterou a postura incorreta do magistrado através da condução
coercitiva de Lula, a interceptação telefônica "ilegal", além da
divulgação à grande mídia e "devassa" em sua vida e de familiares. O
documento elaborado pela defesa do ex-presidente ainda afirma que Moro
"além de dar indevida publicidade a informações e dados protegidos pela
Constituição e que foram colhidos exclusivamente para uma investigação
criminal, também tem emitido notas públicas sobre assuntos processuais, sobre
manifestações públicas e, além disso, tem participado de eventos capitaneados
por políticos e empresas com manifesto interesse nas investigações ou, ainda,
na exploração das investigações". Os advogados apresentaram a defesa nas
ações que estão sob relatoria do ministro Gilmar Mendes, que suspendeu a posse
de Lula por ver indícios de irregularidades. O STF discute se houve desvio de
finalidade na nomeação porque o objetivo seria tirar as apurações de Lula de
Moro e garantir foro privilegiado, fazendo com que ele seja investigado no
Supremo.
