"Patriarcal", "oportunista", "um partido que
não faz qualquer diferença para as comemorações do Dia Internacional da
Mulher", celebrado nesta terça-feira (8). Essas são algumas das críticas
que ONGs feministas ouvidas pelo fazem ao Partido da
Mulher Brasileira, legenda fundada em meio ao fortalecimento desses grupos em
muito graças às pautas conservadoras votadas na Câmara dos Deputados no
segundo semestre de 2015, como o Projeto de Lei 5069, que dificulta a realização
de aborto após estupro. Com o discurso de "aumentar a
participação das mulheres em todos os setores da sociedade", o PMB é
atualmente representado no Congresso Nacional por 17 parlamentares – 16
deputados federais e 1 senador –, sendo apenas dois deles do sexo feminino. Apesar
de seu nome, a proporção de mulheres dentro da legenda, de 11,7%, consegue ser
quase a mesma do Congresso Nacional, de 10,7%. Quando se analisa a
composição de bancadas conservadoras dentro do Congresso Nacional, os
posicionamentos distantes dos mais barulhentos movimentos sociais do PMB ficam
ainda mais patentes para o eleitor. Dos 16 deputados do partido, 9, ou 56% do
total, fazem parte da Frente Parlamentar em Defesa da Vida e da Família,
abertamente anti-aborto, incluindo uma das duas únicas mulheres que fazem parte
do partido – a parlamentar Brunielle Ferreira Gomes (MG), que opta por ser
chamada pela alcunha de Brunny. Além disso, apesar de bradar querer
maior representatividade das mulheres dentro do Congresso Nacional, o partido
tem como seu líder na Câmara um homem, o evangélico Carlos Henrique Gaguin (TO)
– integrante tanto da bancada anti-aborto quanto da Frente Parlamentar de
Segurança Pública, a chamada bancada da bala, defensora de outra pauta
conservadora, a liberação de armas de fogo em território nacional.
(IG)