08 março 2016

ONGs: Partido da Mulher Brasileira não honra celebração de hoje

"Patriarcal", "oportunista", "um partido que não faz qualquer diferença para as comemorações do Dia Internacional da Mulher", celebrado nesta terça-feira (8). Essas são algumas das críticas que ONGs feministas ouvidas pelo fazem ao Partido da Mulher Brasileira, legenda fundada em meio ao fortalecimento desses grupos em muito graças às pautas conservadoras votadas na Câmara dos Deputados no segundo semestre de 2015, como o Projeto de Lei 5069, que dificulta a realização de aborto após estupro.  Com o discurso de "aumentar a participação das mulheres em todos os setores da sociedade", o PMB é atualmente representado no Congresso Nacional por 17 parlamentares – 16 deputados federais e 1 senador –, sendo apenas dois deles do sexo feminino. Apesar de seu nome, a proporção de mulheres dentro da legenda, de 11,7%, consegue ser quase a mesma do Congresso Nacional, de 10,7%. Quando se analisa a composição de bancadas conservadoras dentro do Congresso Nacional, os posicionamentos distantes dos mais barulhentos movimentos sociais do PMB ficam ainda mais patentes para o eleitor. Dos 16 deputados do partido, 9, ou 56% do total, fazem parte da Frente Parlamentar em Defesa da Vida e da Família, abertamente anti-aborto, incluindo uma das duas únicas mulheres que fazem parte do partido – a parlamentar Brunielle Ferreira Gomes (MG), que opta por ser chamada pela alcunha de Brunny. Além disso, apesar de bradar querer maior representatividade das mulheres dentro do Congresso Nacional, o partido tem como seu líder na Câmara um homem, o evangélico Carlos Henrique Gaguin (TO) – integrante tanto da bancada anti-aborto quanto da Frente Parlamentar de Segurança Pública, a chamada bancada da bala, defensora de outra pauta conservadora, a liberação de armas de fogo em território nacional.
(IG)
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