O promotor de Justiça do Ministério Público de São Paulo Cássio
Conserino decidiu denunciar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva alegando
que ele ocultou um bem que ele simplesmente não possui. A suspeita do parquet é
que tenha sido cometido o crime de lavagem de dinheiro na investigação sobre um
apartamento triplex no Guarujá, que tinha sido reservado pela construtora OAS
para a família do ex-presidente. O problema é que Lula e sua mulher, dona
Marisa Letícia, optaram por não ficar com o imóvel e devolveram ele à
construtora. Lula e Marisa tinham tão somente uma cota de um
empreendimento da Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop), que foi
assumido pela OAS. Os antigos cotistas, entre eles o ex-presidente e a
ex-primeira-dama, poderiam ficar ou não com os imóveis, mas Lula e Marisa
decidiram devolvê-lo. A OAS, que pagou pela reforma do prédio, é a dona do
imóvel, que continua à venda ainda hoje. O advogado de Lula e Marisa,
Cristiano Zanin Martins, rebateu com veemência as suspeitas do promotor, publicadas
na noite de sexta-feira (22) pela revista Veja. "Fico perplexo em saber
que um promotor esteja cogitando denunciar alguém sem ter dado a oportunidade
de prévia manifestação", disse. Já o advogado da OAS, Roberto
Telhada, confirmou que a empreiteira nunca atuou para favorecer o
ex-presidente. Reforçou também que o imóvel chegou a ser reservado para dona
Marisa, que optou por não comprar.
(Brasil247)