O Blog do Rovai conversou com um dos mais experientes deputados do PT. Ele se
mostrou preocupado com o que está por vir e acha que se a votação de hoje não
foi trágica, porque com essa quantidade de votos, 199, o governo pode derrotar
o impeachment, ao mesmo tempo demonstrou fragilidade e pode dar fôlego
aos movimentos de rua da oposição. Ao mesmo tempo, permite dizer que a
articulação política melhorou com a saída de Aloísio Mercadante e a entrada de
Jacques Wagner e Ricardo Berzoini, mas que ainda precisa melhorar muito. O PSB,
por exemplo, ainda segundo ele, teria demonstrado disposição de construir uma
posição mais favorável ao governo depois da troca de comando na Casa
Civil. Mas o governo cometeu erros de articulação que levaram o partido a votar
na chapa alternativa na tarde hoje. O PSB foi, na opinião deste deputado,
fator de desequilíbrio na votação. Em relação a carta de Michel Temer, o
deputado, mesmo considerando-a infantil, avalia que ela traduz um pouco do que
muitos deputados pensam da presidenta Dilma. Ela trataria a todos com certo
desprezo. E ao mesmo tempo serviu ao PMDB como um novo norte. “O resto não
interessa, o que importa é o final da carta que é uma senha. Temer diz que ela
nunca confiou nele e nem no PMDB. Ou seja, ele chama o partido a caminhar junto
com ele na direção de um novo governo”. Por isso, na opinião deste petista, o
deputado Leonardo Picciani, atual líder do PMDB na Câmara, estaria com os
dias contados na liderança. Quanto ao PSDB, ele acha que o partido não está tão
desunido como se tem dito. Todas as lideranças já teriam convergido para a tese
de que o que importa agora é derrubar Dilma.
(IG)