O presidente da Câmara dos
Deputados, Eduardo Cunha, do PMDB do Rio de Janeiro, encerrará 2015 sendo
atacado por vários lados – do Planalto às ruas, do PMDB à Polícia Federal. A
ofensiva mais recente partiu da Procuradoria-Geral da República em conjunto com
o Banco Central (BC). Documentos em posse dos procuradores da Operação Lava
Jato e obtidos por ÉPOCA revelam que o parlamentar e sua mulher, Cláudia Cruz,
estão sendo investigados por suspeitas de crime de evasão de divisas, de
omissão de informações e por atrapalhar a apuração dos processos e inquéritos
em curso contra eles. Esses novos elementos deverão reforçar o pedido da
procuradoria para o afastamento de Cunha da presidência da Câmara no início do
próximo ano e fundamentaram a instauração de um processo administrativo no
Banco Central – que analisará, inclusive, as novas contas do parlamentar no
exterior. Daqui em diante, a artilharia em direção a Cunha, como revela o material,
será cada vez mais pesada. Logo após o presidente da Câmara dar uma série de
entrevistas na primeira quinzena de novembro, confirmando a existência de seus
recursos no exterior, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou um
ofício questionando o Banco Central sobre as medidas tomadas pela instituição
diante das declarações do parlamentar. A partir daí, foi feito um vasto
levantamento na base de dados de capitais no exterior entre dezembro de 2001 e
dezembro de 2014. O departamento econômico do Banco Central constatou, então,
“a ausência de declaração para quaisquer desses períodos”.
(Correio do Povo)