O presidente eleito da Argentina, Mauricio Macri, está
passando pela sua primeira crise logo em sua primeira semana de governo. Ele
designou membros da Corte Suprema de Justiça por meio de um decreto, sem a
aprovação prévia do Senado, onde não têm maioria, e a medida foi altamente
criticada pela população argentina, pela imprensa local e até mesmo por aliados
políticos do mandatário. Macri, que assumiu o Poder no último dia 10,
citou um artigo da Constituição que permite ao presidente preencher cargos
vagos quando o Congresso está em recesso. A manobra, que não era usada desde o
século 19, permitiu a escolha dos juízes Horacio Rosatti e Carlos Rosenkrant
para a Corte Suprema de Justiça. O senador Julio Cobos, da aliança
governista "Cambiemos", reconheceu que não existem "razões"
para atitude. "Desconheço os motivos que levaram Macri a fazer isso",
acrescentou o ex-vice-presidente entre 2007 e 2011. Ainda segundo ele,
Macri deveria ter convocado uma sessão extraordinária para tratar do tema.
Para o ex-rival na corrida presidencial Sergio Massa, a terceira força entre os
eleitores, os nomes indicados parecem impecáveis, mas a forma como foram
escolhidos “parece horrível”. Já a ex-candidata presidencial, a deputada
Margarita Stolbilzer, disse, em declarações à imprensa argentina, que se trata
de um "terrível retrocesso institucional".
(Band)