Se até pouco tempo atrás, quem morava de aluguel tinha que adiar a
mudança porque os preços estavam nas alturas, a crise econômica fez o jogo
virar a favor dos inquilinos. Agora, são eles que têm nas mãos o poder de barganhar
preços menores e conseguir descontos. Um levantamento feito pela FIPE-ZAP
mostrou que, no acumulado do ano até novembro, o preço dos alugueis caiu quase
3% em São Paulo e mais de 8% no Rio de Janeiro. Isso mesmo com o IGP-M,
considerado a inflação do aluguel, acumulado em mais de 10%. O economista
Eduardo Zylberstajn, coordenador do Índice FipeZap, explica que, nesse caso,
não é o índice, mas a lógica de mercado que decide se o preço sobe ou desce. O
mercado imobiliário foi do céu ao inferno de repente: o setor foi um dos que
mais faturou no período de vacas gordas e agora é um dos mais afetados pela
crise. Em maio, em uma matéria exclusiva, a rádio CBN mostrou que a procura por
imóveis diminuiu tanto, que os funcionários do setor já estavam procurando
opções para mudar de ramo. Para se manter nos negócios e conseguir fechar novos
contratos, as imobiliárias tem se esforçado pra intermediar os pedidos dos
inquilinos e as possibilidades dos donos. Para os economistas, o período de
crise não é ruim para todo mundo, mas trocou o poder de mãos. Agora, quem quer
negociar tem espaço. E a perspectiva pra 2016 é de que essa tendência continue
ainda mais forte.
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