Apesar de ter aderido de forma incisiva aos protestos dos grupos que
pedem a saída de Dilma Rousseff da Presidência da República, Aécio Neves
(PSDB-MG) fez um discurso morno, quase totalmente apagado, após o anúncio da aceitação
do pedido de impeachment contra a petista, no início da noite desta
quarta-feira (2). Derrotado por Dilma nas eleições do ano passado, Aécio, que
nos últimos meses têm se dedicado a atacar o governo petista dia após dia,
afirmou, de forma burocrática, não ter se surpreendido com a notícia, visto
que, para ele, o texto protocolado pelos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale é
"extremamente consistente". "O que é importante que fique
claro é que essa é uma previsão constitucional. E, para nós, da oposição,
qualquer saída para este impasse em que a irresponsabilidade do governo do PT
mergulhou o País se dará dentro daquilo que a Constituição determina",
afirmou à imprensa, na noite desta quarta-feira (2). "Portanto, recebemos
esta decisão do presidente da Câmara [Cunha] com absoluta naturalidade. A
peça produzida justifica essa decisão. Os prazos regimentais deverão ser
observados. O amplo direito de defesa, também, preservado, mas o que eu posso
dizer é que há um crescimento na sociedade brasileira para iniciarmos um novo
momento no Brasil de retomada da confiança, de retomada dos investimentos, do
crescimento e do emprego. Isso terá de ser feito sem o atual governo." No
discurso, Aécio procurou a todo momento reforçar o discurso de que pedidos de
impeachment são constitucionais e que não há nenhuma ruptura com a ordem
institucional a partir da aceitação do pedido de impedimento de Dilma, ao contrário
do que brada a oposição.
(IG)