O projeto de construção de uma barragem de rejeitos de minério da Vale em Rio Acima, na
Região Metropolitana de Belo Horizonte, preocupa ambientalistas e moradores da
cidade. A estrutura seria montada em uma região chamada “Fazenda Velha”, que
está tombada provisoriamente pelo município desde o ano passado. Segundo a
ambientalista Maria Teresa Corujo, que é da coordenação do Movimento pela
Preservação da Serra do Gandarela e do Movimento pelas Terras e Águas de Minas
Gerais, a barragem “Fazenda Velha” tem a capacidade de cerca de 600 milhões de
metros cúbicos – 10 vezes maior que a de Fundão, rompida em Mariana no dia 5 de novembro e
de propriedade da Samarco, cujas donas
são a própria Vale e a anglo-australiana BHP. “O terreno é um vale belíssimo,
com o córrego Fazenda Velha e ruínas de uma fazenda do ciclo do ouro. Ao longo
do córrego também tem ruínas de garimpos do século XVIII. Eles [mineradores da
época] buscavam ouro nos afluentes e no Rio das Velhas”, contou. O prefeito de Rio Acima,
Wanderson Lima (PSD), afirmou ao G1 que no último dia 9
assinou um documento mantendo o tombamento provisório da região “Fazenda
Velha”. O documento foi apresentado em reunião do Conselho de Patrimônio no dia
10 de novembro. Porém, a ativista ambiental e professora Daniela Campolina
alegou que o prefeito inicialmente queria passar o terreno para a Vale, mas
mudou o discurso após o rompimento da barragem em Mariana e a pressão popular
em Rio Acima. “No dia anterior o prefeito suspendeu provisoriamente [o
repasse a Vale], mas não significa que ele anulou”, disse.
(globo.com)