Se Luíz Inácio Lula da Silva fosse hoje candidato à presidência da
República ele teria sérios obstáculos para vencer a eleição. O mesmo pode ser
dito a respeito dos mais cotados nomes para serem seus adversários, como
os tucanos José Serra e Geraldo Alckmin e mesmo a fundadora do partido Rede
Sustentabilidade, Marina Silva. É o que mostra uma nova pesquisa do Ibope,
divulgada nesta segunda-feira (26), que traz o índice de rejeição de
alguns dos possíveis candidatos para substituir Dilma Rousseff no posto de
presidente a partir de 2019 – a petista naturalmente não foi incluída por não
poder disputar nova reeleição. O levantamento, que ouviu, entre 17 e
21 de outubro, 2.002 pessoas de mais de 16 anos em 140 municípios, mostra
que 55% das pessoas não votariam em Lula de jeito nenhum – um salto dos 33%
registrados em maio de 2014, antes da atual crise política vivida pelo Poder
Executivo. Não muito atrás, José Serra (PSDB) tem rejeição de 54%, outra alta,
já que em novembro de 2013 ele tinha 49%. Outro tucano que disputou a
presidência com Lula, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin,
apresentou rejeição total de 52% dos entrevistados, mesma porcentagem de
Ciro Gomes (Pros). A rejeição também é alta entre os dois principais
adversários de Dilma nas últimas eleições, Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva
(antes PSB, hoje, Rede). O tucano foi rejeitado por 47% dos entrevistados,
enquanto, Marina, por 50% – até outubro do ano passado, eles eram por 31% e
32%, respectivamente. Comparando, a presidente Dilma teve rejeição
de 69% em relação ao seu governo na mais recente pesquisa Ibope. Dos
entrevistados, apenas 10% aprovaram seu segundo mandato na pesquisa. Apesar de
ser o mais rejeitado entre os candidatos consultados, Lula também aparece como
aquele com maior número de eleitores fiéis, aqueles que votariam nele com
certeza em uma possível corrida presidencial em 2018. No entanto, sua
porcentagem caiu bastante quando comparada à do ano passado. Se em maio de 2014
33% dos pesquisados votariam no petista, o índice hoje é de apenas 23%. Aécio
foi o segundo colocado no quesito, com 15%, seguido por Marina (11%), Serra
(8%), Alckmin (7%) e Ciro (4%).
(IG)