A morte do jornalista Vladimir Herzog completa 40 anos neste
domingo (25). Ele era diretor do telejornal "Hora da Notícia", veiculado
pela TV Cultura de São Paulo. Segundo foi reconhecido depois, Vlado foi morto
sob tortura pelos militares após ser detido nas dependências do Destacamento de
Operação de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOPS/SP). Ele
deixou viúva a esposa Clarice, com os dois filhos do casal, Ivo, na época com 9
anos, e André, com 7. A comoção causada pela morte do jornalista reaglutinou
diversos setores da sociedade e provocou a primeira reação popular contra os
excessos do regime militar. Por esse motivo, a data de morte foi escolhida para
celebrar a democracia no país, sendo considerada o "Dia da
Democracia". Um marco desse processo foi o ato ecumêmico realizado na
Catedral da Sé. Realizado cerca de uma semana após a morte de Herzog, o ato,
que teve a presença do rabino Henry Sobel e do arcebispo de São Paulo, Dom
Paulo Evaristo Arns, reuniu milhares de pessoas para homenagear o jornalista,
em um protesto silencioso contra o regime. Divulgada
como suicídio em comunicado do II Exército na época, com a utilização de uma
foto forjada, a versão das circunstância em que Valdo morreu - também mantida
pelo Inquérito Policial Militar (IPM) realizado naquele ano - foi desmontada ao
longo dos anos. Com uma ação declaratória realizada no ano seguinte, Clarice
Herzog conseguiu, em outubro de 1978, a condenação da União pela prisão
arbitrária, tortura e morte de Vladimir.
(Band)