Anêmonas-do-mar são facilmente avistadas no litoral de muitas
cidades, mas apesar de sua aparência colorida e brilhante, elas têm um
ancestral comum com os humanos. Mas não é por essa característica que esses
animais marinhos vêm atraindo a atenção da comunidade científica. Pesquisadores
estão estudando se as anêmonas-do-mar podem guardar o segredo da vida eterna. A
especialista britânica em meio ambiente Mary Colwell comenta por quê. A bruxa
do conto de fadas tornou-se famosa pela pergunta retórica: "Espelho meu
espelho meu, existe alguém mais bela do que eu?" Mas seu sonho da
juventude eterna é ilusório - na medida em que os anos passam, o corpo humano
perde o viço dado que as células sofrem mutação e morrem. Perdemos audição,
mobilidade, agilidade mental, massa muscular e cerebral. A Rainha Má segue o
caminho de todos os seres vivos, exceto por uma criatura um tanto quanto
negligenciada do mar - a anêmona-do-mar. Outrora consideradas plantas, as
anêmonas-do-mar são animais de corpo flexível que se agarram às rochas e
recifes de coral em águas rasas. Seus tentáculos injetam veneno em pequenos
peixes e camarões que se arriscam em atravessá-los e levam as presas paralisadas
à sua boca ─ um orifício que também funciona como ânus. "As
anêmonas-do-mar têm muito em comum conosco. Descobrimos muitas semelhanças que
não tínhamos constatado quando comparamos os humanos com mosca-das-frutas ou
nematódeos. Há paralelos na forma como os genomas estão organizados e como os
genes estão estruturados, revelando uma conexão que data de 700 milhões de anos
atrás." Mas há questões filosóficas também. "Até que ponto a
imortalidade para uma anêmona-do-mar e a imortalidade para um ser humano são iguais?",
questiona Rokhsar.
(Terra)