27 setembro 2015

Rumo à oposição, PSB ainda bate cabeça sobre o impeachment de Dilma

Apesar de o presidente do PSB, Carlos Siqueira, afirmar frequentemente que impeachment não pode ser classificado como golpe, seu partido ainda vive uma divisão em relação ao tema. Na última semana, uma reunião com integrantes das bancadas do PSB na Câmara e no Senado, Siqueira e os três governadores do partido – Rodrigo Rollemberg (DF), Paulo Câmara (PE) e Ricardo Coutinho (PB) – teve como um dos temas uma possível posição oficial em relação ao processo de impeachment que poderá ser apreciado pelo Congresso nas próximas semanas. Não houve consenso. Uma parcela dos congressistas tem questionado uma eventual posição em favor do impeachment da Dilma Rousseff sob o aspecto da atuação do PMDB nesta crise política. Na avaliação de um grupo dentro do PSB, o PMDB tira proveito da ameaça de afastamento da presidente para conseguir colocar a faca no pescoço da presidente em troca de mais cargos e benefícios dentro da atual gestão. Dizem que o PMDB instrumentaliza a questão do impeachment para se beneficiar e que o PSB não pode entrar nesse jogo. O partido pretende se posicionar oficialmente sobre duas questões depois da reunião da Executiva Nacional, que deve ser realizada na próxima semana: ser ou não oposição – hoje o partido se coloca como independente – e apoiar ou não o pacote fiscal da presidente, sobretudo no que diz respeito a criação de uma nova versão da CPMF. Sobre esses dois temas parece haver consenso. O PSB anunciará sua ida oficial para a oposição e dirá que não apoiará a volta da CPMF. “Em relação ao impeachment a posição é de que nós não podemos ser apressados, devemos esperar fato determinado”, diz o deputado Bebeto (BA). “Uma coisa é ir para a oposição. Não podemos ter uma decisão vinculada [entre ser oposição e defender o impeachment]”, declara.
(Último Segundo)
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