O Colégio de Presidentes
das seccionais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) divulgou nota nesta
quinta-feira (17) em repúdio à postura do ministro Gilmar Mendes, do Supremo
Tribunal Federal (STF), que abandonou a sessão que discutia
o financiamento de campanhas eleitorais por parte de empresas privadas. A
entidade classificou o comportamento do ministro como "grosseira,
arbitrária e incorreta". O jurista deixou a parte final da
sessão depois de se desentender com o presidente da Corte, Ricardo Lewandowski,
que havia concedido a palavra ao representante da OAB após a apresentação do
voto de Mendes a favor do financiamento privado. Para os integrantes do conselho, o comportamento do ministro é “incompatível
com a postura de um magistrado”. “Repudia o Colégio de Presidentes os
ataques grosseiros e gratuitos, desprovidos de qualquer prova, evidencia ou
base factual que o ministro Gilmar Mendes fez à Ordem dos Advogados em seu voto
sobre o investimento empresarial em campanhas eleitorais, voto-vista levado ao
plenário somente um ano e meio depois do pedido de maior tempo para análise”,
diz a nota. “Enfatizamos que o ato de desrespeito às prerrogativas
profissionais do advogado foi também um ato de agressão à cidadania brasileira
e merece a mais dura e veemente condenação. O ato de abandono do plenário, por
grotesco e deselegante, esse se revelou mais um espasmo autoritário de juízes
que simbolizam um Poder Judiciário desconectado da democracia, perfil que nossa
população, definitivamente, não tolera mais”, aponta o documento. O
julgamento sobre o financiamento privado de campanhas foi retomado nesta semana
depois de um ano e cinco meses de suspensão, devido a um pedido de vista de
Gilmar Mendes. A proibição de doações de empresas, no entanto, já conta com
maioria entre os ministros.
(Último Segundo)