Integrantes do PT realizaram, na manhã desse sábado (19), uma reunião que oficializou a desfiliação em massa de mais de 130 militantes do partido, em Bauru. Liderados pelo ex-vereador José Carlos Batata, os “desiludidos” prepararam uma carta coletiva onde as justificativas para a saída da legenda foram apresentadas. A reunião no Greb (Vila Pacífico) foi dirigida por membros históricos do PT, como o próprio Batata, que deve integrar o PSB e ressaltou os motivos da saída do partido do governo federal. “O PT rompeu com seus compromissos de luta histórica aderindo à propostas que, hoje, são empregadas pela direita capitalista”, disse Batata. “Por exemplo, as privatizações anunciadas pelo governo Dilma são piores do que as ocorridas no governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC). Sendo assim, repudiamos propostas do atual governo que ele compactua com a tese do estado mínimo, menosprezando tudo o que foi construído com a luta dos trabalhadores ao longo desses anos. O que sobrou das privatizações do governo FHC, o governo Dilma vai entregar à iniciativa privada”. Ainda segundo Batata, o número de desfiliados, que já ultrapassou os 100, tende a crescer. “As pessoas estão nos ligando e pedindo orientação e fichas de desfiliação”, disse. Membros do grupo acreditam, ainda, que algumas pessoas possam estar sofrendo pressão para não abandonar o partido. Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e representantes da comunidade também estiveram presentes à reunião. Filiado há mais de 15 anos, o aposentado Ismael Martins Borges comenta que deixa o PT com a sensação de ter sido traído. O seguinte trecho fecha a carta de desfiliação coletiva: “O PT, inerte, compactua com as atitudes nocivas do governo, pois a maioria de seus dirigentes presa está à administração atual por conta de nomeações em cargos de comissão. Nesta esteira, grande parte da militância petista está desolada ao ver o partido romper com seus compromissos históricos em defesa dos trabalhadores, decidindo manter-se firme na proposta das lutas populares e hoje, 19 de setembro de 2015, rompe com o PT”.
(JCnet)
