Investigadores da Operação Lava Jato informaram que o lobista Fernando
Soares, o Fernando Baiano, confirmou em depoimento informações dadas por outro
delator, o empresário Julio Camargo, de que o presidente da Câmara, deputado
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) teria recebido propina de pelo menos US$ 5 milhões por contratos de
aluguel de navios-sonda pela Petrobras. Antes de participar de um jantar com
empresários na noite desta sexta-feira (25) na sede da Federação das Indústrias
do Estado de São Paulo (Fiesp), Cunha disse que não comentaria. "Nem sei,
não tomei conhecimento. Esse problema, esse fato por mim já está absolutamente
negado e qualquer assunto vai ser por parte do doutor Antônio Fernando de
Souza, que é o meu advogado. Não vou ficar comentando delação", disse. O
advogado afirmou que só vai se manifestar sobre o que está no processo e não
sobre notícias. A Procuradoria Geral da República está em fase de análise dos
depoimentos da colaboração premiada de Baiano e ainda terá que remeter o acordo
para ser validado pelo ministro Teori Zavascki, relator no Supremo de casos
sobre corrupção na Petrobras. Júlio Camargo já teve o acordo de delação
homologado pelo Supremo Tribunal Federal e disse a procuradores que Fernando
Baiano intermediava os repasses para Eduardo Cunha. A delação de Camargo foi a
base de denúncia feita pela PGR contra Eduardo Cunha há cerca de um mês. Na
denúncia, de 85 páginas, o procurador-geral pede a condenação de Cunha, acusado
dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
(globo.com)