Editorial do jornal norte-americano “The New York Times” divulgado
nesta segunda-feira (17) afirma que forçar a saída da presidente Dilma Rousseff
do cargo sem “evidência concreta de malfeito traria sérios danos para a
democracia” brasileira. De acordo com o jornal, não há benefício em troca da
mudança e também não há nada que indique que outro líder da mesma ala faria
trabalho melhor na economia. O texto, intitulado “Turbulência crescente do
Brasil” (Brazil’s rising turbulence), foi divulgado no site do jornal nesta
segunda e deverá ser publicado na edição impressa da publicação nesta
terça-feira (17). O editorial destaca que, até agora, as investigações
referentes à Operação Lava Jato não encontraram evidências de ação ilícita da
presidente. Além disso, aponta que, mesmo ela sendo responsável pelas políticas
e parte do mau gerenciamento que enfraqueceram a economia, isso não significa
crime de responsabilidade. “Forçar a saída da senhora Rousseff do cargo sem
qualquer evidência concreta de malfeito traria sério prejuízo para uma
democracia que tem ganhado força ao longo de 30 anos, sem nenhum benefício em
troca. E não há nada que indique que qualquer líder da mesma ala faria trabalho
melhor na economia”, afirma o The New York Times. O The New York times
também afirma que, apesar de as investigações criarem problemas políticos
e terem à tona trazido dúvidas referentes aos sete anos em que Dilma comandou a
Petrobras, a presidente "admiravelmente não fez eforços para constranger
ou influenciar as investigações". A publicação destaca, ainda, que ela
indicou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para novo mandato.
(G1)