A Igreja Evangélica Assembleia de
Deus intermediou o recebimento de pelo menos R$ 250 mil em propinas ao
presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em 2012. A acusação
foi feita pela PGR (Procuradoria Geral da República) e está na denúncia feita
nesta quinta-feira (20) contra Cunha ao STF (Supremo Tribunal Federal). O
dinheiro seria referente a propina do esquema investigado pela operação Lava
Jato. Ele é acusado de ter pedido e aceitado o pagamento de US$ 5 milhões em propinas
referentes a contratos da Samsung com a Petrobras. De acordo com a denúncia da
PGR, Fernando Soares orientou o lobista Júlio Camargo, responsável pelo
pagamento de propinas a Eduardo Cunha, para que ele efetuasse o pagamento de R$
250 mil a deputado por meio de depósitos feitos na conta da Igreja Evangélica
Assembleia de Deus. "Soares teria alertado que pessoas dessa igreja iriam
entrar em contato com o declarante [Júlio Camargo]. Representantes da igreja
procuraram Júlio Camargo e informaram os dados bancários da Igreja Evangélica
Assembleia de Deus," diz o texto. Depois desse contato, empresas de
fachada operadas por Júlio Camargo teriam feito três depósitos na conta da
Igreja no dia 31 de agosto de 2012. Segundo a denúncia, a justificativa dada
pelas empresas para os depósitos foi "pagamento a fornecedores".
(Bol)