25 agosto 2015

Collor acusa Janot de abuso de poder e o chama de "figura tosca" e “fascista”

O senador Fernando Collor (PTB-AL) qualificou de arbitrariedade a decisão do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de entrar com denúncia contra ele junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) sem que antes tenha sido ouvido sobre os atos ilícitos a ele atribuídos. Collor enumerou acusações contra Janot e o acusou de abuso de poder ao ordenar operação de busca e apreensão em seu apartamento funcional em Brasília, que pertence ao Senado. Na última quinta-feira (20), o senador foi denunciado por Janot por suposto envolvimento na escândalo da Lava-Jato. No mesmo dia foi denunciado o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. O senador disse nesta segunda-feira (24), em Plenário, que desconhece inteiramente a denúncia, porque até agora nem ele nem seus advogados puderam ter acesso aos fatos elencados pelo procurador-geral da República. Collor declarou que foi chamado duas vezes para depor, mas, nas duas vezes, o depoimento foi cancelado. Também reclamou que a Procuradoria-Geral da República tenha oferecido denúncia contra ele na quinta-feira passada mesmo sabendo que seu depoimento já estava marcado. O senador lembrou que apresentou à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), com cópia para todos os senadores, informações que não constavam do processo de indicação de Janot, entre elas, denúncias contra o procurador-geral por improbidade administrativa, abuso de poder e indução, autopromoção e desperdício de dinheiro público. A CCJ sabatina Janot na próxima quarta-feira (26). Também foram destacadas por Collor duas ações de fiscalização e controle contra Janot, que tramitam no Tribunal de Contas da União (TCU), sobre a contratação sem licitação de empresa de publicidade e o aluguel milionário de uma mansão no Lago Sul em Brasília. "É esse tipo, sujeitinho à toa, de procurador-geral da República, que queremos entregar à sociedade brasileira? Possui ele a estabilidade emocional, a sobriedade que sempre lhe falta nas vespertinas reuniões que realiza na Procuradoria? Possui ele o perfil democrático e, mais do que isso, está ele dotado da conduta moral que se exige para um cargo como esses? Não me parece ser esse o caso."
(IG)
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