A Polícia
Federal sustenta ter encontrado indícios de que o presidente da maior
empreiteira do País, Marcelo Bahia Odebrecht, lançou mão de uma estratégia de
confrontar as investigações da Operação Lava Jato, buscando criar "obstáculos"
e "cortinas de fumaça", que contaria com "policiais federais
dissidentes", dupla postura perante a opinião pública, apoio estratégico
de integrantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e ataques às apurações
internas da Petrobras. "O material trazido aos autos aponta para o seu
conhecimento e participação direta nas condutas atribuídas aos demais
investigados, tendo buscado, segundo se depreende, obstaculizar as
investigações", informa o delegado da polícia federal Eduardo Mauat da
Silva, um dos coordenadores da equipe da Lava Jato. Nas 64 páginas do relatório
ainda pendente de dados sob análise, a PF traça um panorama a partir das
anotações feitas pelo próprio Marcelo Odebrecht em seu telefone celular, a
partir dos e-mails e materiais apreendidos, para apontar tal conduta do
indiciado. "Cabe ainda examinar qual teria sido a postura de Marcelo
Odebrecht acerca do que envolve a participação da empresa nos ilícitos
investigados na Operação Lava Jato", registra a PF no documento em que
pede a manutenção da prisão preventiva do empreiteiro por desvios nos contratos
da Petrobras. Odebrecht está preso desde 19 de junho, junto com outros cinco
executivos e ex-executivos do grupo, em Curitiba.
(Yahoo)