Nem bem ficaram claras ainda as
consequências sobre Dilma Rousseff que terão as denúncias contra o PT, no caso
da Lava Jato, e contra a área econômica de seu primeiro governo — no caso das
pedaladas fiscais –, e os defensores do impeachment já estão divididos. Tucanos
aliados do senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmam reservadamente que
interlocutores do vice-presidente da República, Michel Temer - que é presidente
nacional do PMDB -, teriam procurado o senador mineiro para conversar sobre o
futuro, caso Dilma não conclua seu mandato. “Discutir o futuro”, neste caso, é
também discutir a possibilidade de impeachment da presidente da República. Na
versão dos aliados de Aécio, ele não teria aceitado conversar neste momento com
o PMDB porque sabe o que querem os peemedebistas: fazer de Michel o presidente
da República, se Dilma for obrigada a deixar o cargo. A tese defendida pelos
aecistas é a da condenação da presidente da República pelo Tribunal Superior
Eleitoral, por fraude na campanha. Aí o vice-presidente Michel Temer deixaria o
comando do país junto com Dilma. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha,
assumiria interinamente o governo, mas teria apenas três meses para convocar
novas eleições, com Aécio Neves como franco favorito. O líder do PSDB no
Senado, Cassio Cunha Lima (PB), foi o primeiro a expor publicamente essa
proposta, na Convenção Nacional do partido, no último domingo, dia 5. E o
próprio Aécio defendeu-a como uma “saída constitucional”, ao responder a
ataques do PT de que se tratava de uma tentativa de golpe de Estado.
(IG)