Uma rápida caminhada pelas ruas do Centro de São Paulo é
suficiente para perceber que o número de imigrantes que vivem na cidade está
cada vez maior. Em uma esquina, você se depara com africanos. Em outra, com
árabes. Em outra, com colombianos. Mas poucos param para pensar que aquelas
pessoas não são apenas estatísticas. Que elas têm histórias. E histórias que,
para nós, brasileiros, são completamente inimagináveis. É possível que você já
tenha esbarrado em algum ativista que foi perseguido por um ditador, por
exemplo. Ou até em alguém que sobreviveu a um ataque terrorista. Atualmente, o
Brasil possui 7.289 refugiados reconhecidos pelo Conare (Comitê Nacional para
os Refugiados, órgão ligado ao Ministério da Justiça) de 81 nacionalidades
distintas. Síria, Colômbia, Angola, República Democrática do Congo, Senegal,
Gana, Nigéria, Líbano, Libéria, Palestina, Iraque, Bolívia e Serra Leoa são as
principais origens. São pessoas que não escolheram vir ao País, mas foram
obrigadas a deixar suas terras pelos mais diversos motivos. Muitos, inclusive,
tentaram, repetidas vezes, vistos para a Europa ou a América do Norte e foram
negados. Em 2014, a maioria das solicitações de refúgio no Brasil foi
apresentada em São Paulo (26%), Acre (22%), Rio Grande do Sul (17%) e Paraná
(12%). Regionalmente, estão concentradas nas regiões Sul (35%), Sudeste (31%) e
Norte (25%). O número total de pedidos aumentou mais de 930% entre 2010 e 2013,
de 566 para 5.882. Até outubro de 2014, foram contabilizadas outras 8.302
solicitações. E esse aumento não é difícil de entender. A legislação brasileira
é considerada uma das mais acolhedoras sobre o tema. Aqui, o refugiado dispõe
da proteção do governo e pode obter documentos, trabalhar, estudar e exercer os
mesmos direitos que qualquer cidadão legalizado. Não são aceitos apenas os que
cometeram crimes contra a humanidade, participaram de atos terroristas ou se
envolveram com tráfico de drogas.
(Terra)