A Polícia Federal investiga o ex-ministro da Casa Civil José
Dirceu e seu irmão e sócio Luiz Eduardo de Oliveira e Silva em supostos crimes
de corrupção e lavagem de dinheiro na compra de dois imóveis em São Paulo, em
2012. Um deles é o da sede da JD Assessoria e Consultoria - empresa em que
passou a atuar comercialmente, após sua saída do governo, suspeita de receber
propina de empresas do cartel da Petrobras, por meio de contratos fictícios. O
outro é o apartamento em que Dirceu ficava quando estava na capital paulista. Investigadores
da Lava Jato não encontraram lastro financeiro para a aquisição e investigam
suposta relação entre as compras e os recebimentos da JD por consultorias
prestadas para empresas do cartel, acusado de corrupção e desvios na Petrobras
entre 2004 e 2014. "José Dirceu de Oliveira e Silva e Luiz Eduardo de
Oliveira e Silva teriam adquirido imóveis sem lastro financeiro para a
operação, havendo indícios da formalização de contratos de consultoria
fictícios com a empresa JD Assessoria e Consultoria Ltda de propriedade dos
mesmos", informa portaria de abertura do inquérito, assinada pelo delegado
da Polícia Federal Márcio Adriano Anselmo. A JD recebeu entre 2006 e 2013 um
total de R$ 29 milhões de empreiteiras acusadas na Lava Jato por pagarem
propinas de 1% a 3% dos contratos com a Petrobras para políticos e partidos,
por meio de diretores da estatal indicados pelo PT, PMDB e PP. Entre elas a
Engevix, UTC e Camargo Corrêa. O inquérito 0212/2015, da Polícia Federal de
Curitiba, foi instaurado em 30 de janeiro, a pedido dos procuradores da
República Diogo Castor de Mattos e Deltan Dallagnol, membros da força-tarefa da
Lava Jato.
(jeiaja)