O jornalista Seymour Hersh, que recebeu o Prêmio Pulitzer em
1970, afirmou que os Estados Unidos mentiram sobre a operação que matou Osama
Bin Laden em Abbottabad, no Paquistão, em 2011. Citando uma fonte anônima –
"um aposentado oficial da inteligência" –, Hersh afirmou na revista
"London Review of Book" que, ao contrário do divulgado pelo
presidente Barack Obama na época, Osama Bin Laden já era um prisioneiro
"inválido" das forças paquistanesas desde 2006, tendo sido mantido
refém para forçar o interrompimento das atividades dos extremistas no Paquistão
e no Afeganistão. Os agentes teriam contado para os americanos sobre o
paradeiro de Bin Laden em troca de parte da premiação de US$ 25 milhões pela
captura do líder da Al-Qaeda e fecharam um acordo para que encobrir a história.
Segundo o jornalista, os oficiais paquistaneses também receberam a garantia de
que manteriam "boas relações" com os Estados Unidos. Hersh alega que
os paquistaneses ainda colaboraram com a missão norte-americana ao cortar a
energia do local. De acordo com a versão oficial da Casa Branca, divulgada na
época, Bin Laden foi descoberto pela inteligência norte-americana e morreu em
uma missão secreta, que não era de conhecimento dos agentes paquistaneses. Ele
teria sido morto após uma intensa troca de tiros – a versão oficial da Casa
Branca sustentou que Bin Laden seria levado vivo se tivesse se rendido. Hersh,
no entanto, afirma que o assassinato foi "absolutamente premeditado"
e que os agentes americanos receberam autorização para matá-lo. "A verdade
é que Bin Laden era um inválido", teria dito a fonte ao jornalista,
dizendo que o alvo norte-americano não mais exercia um posto de liderança na
Al-Qaeda. "A Casa Branca teve de dar a impressão de que Bin Laden ainda
era importante operacionalmente. Senão, por que motivo matá-lo?"
(Uol)