Islam Hamed, brasileiro-palestino, 30 anos, entrou hoje (2) no
vigésimo primeiro dia de greve de fome. Ele está em um presídio na cidade de Nablus, na
Palestina, onde cumpre pena. Hamed começou o protesto no dia 11 de abril para
exigir que seja libertado e possa vir para o Brasil. O brasileiro-palestino foi
preso pela primeira vez quando tinha 17 anos, acusado de atirar pedras em
soldados israelenses. Em 13 anos, os intervalos que esteve fora da prisão somam
cerca de 18 meses. Nessa quinta-feira (30), sua mãe, a brasileira Nádia
Hamed, foi visitá-lo no presídio. “Ele perdeu 14 quilos e está pálido. Também
não aguenta muito tempo de pé, nem sentado”, disse ao falar com a reportagem.
Segundo o Itamaraty, por causa da saúde fragilizada, Hamed tem recebido visitas
médicas diárias. Ele voltou a beber água, resultado de uma negociação com a
universidade onde estuda religião. A instituição só permitiria que ele fizesse
os exames finais do curso se voltasse a ingerir líquidos. O impasse para a
libertação do palestino-brasileiro está em relação às garantias de segurança
que ele teria ao deixar a prisão em Nablus. O embaixador da Palestina no
Brasil, Ibrahim Alzeben, disse que o governo palestino não pode garantir a
integridade física de Hamed e exige que a família assine um termo de
responsabilidade. “Estamos na melhor disposição de entregar ele à família,
mas no momento que família aceitar o termo de responsabilidade. Ele está livre,
mas dependente de Israel se vai deixar sair do país ou se não vai machucá-lo.
Ele corre realmente risco de ser detido mais uma vez”, explicou.
(Terra)