O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) acusou Jean
Wyllys (PSOL-RJ) de “heterofobia”, após seu colega na Câmara ter se recusado a
ficar sentado na poltrona ao lado em um voo que partiu nesta terça-feira (7) do
aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino a Brasília. Bolsonaro
gravou o momento em que Jean Wyllys se levantou, logo após ser interpelado pelo
político a dar passagem para que ele pudesse sentar-se ao seu lado. No Facebook, onde postou o
vídeo do momento, Bolsonaro disse que a atitude de Wyllys foi uma clara
demonstração de “intolerância, preconceito, discriminação e heterofobia”.
“Se fosse eu quem tivesse praticado tal atitude, pelo PLC 122/2006 (Senado),
que criminaliza a homofobia, estaria sujeito à pena de 1 a 3 anos de reclusão,
além da perda do mandato e o fato seria noticiado pela maioria dos
telejornais”, escreveu Bolsonaro. Conhecido pelas suas declarações
polêmicas, com as quais já ofendeu homossexuais e mulheres, além de louvar a ditadura militar, Bolsonaro teve a
postagem rebatida também no Facebook por Jean Wyllys. O deputado, que é
homossexual e luta pelos direitos da comunidade LGBTTT (Lésbicas, Gays,
Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros), lembrou o caso da escritora
Pagu, presa durante a ditadura Vargas, para explicar por que não ficou ao lado
de Bolsonaro. Ele afirmou que a escritora e jornalista, enquanto estava
presa, se recusou a cumprimentar Ademar de Barros, dizendo que “não daria a mão
a carrascos nem a interventores".
(Band)