Ao discursar no Plenário, na tarde desta segunda-feira 23), o senador
Fernando Collor (PTB-AL) criticou a atuação do procurador-geral da República,
Rodrigo Janot. Segundo o senador, Janot tem promovido “a todo custo e com
desfaçatez” um modelo justiceiro de atuação do Ministério Público (MP), que tem
sido colocado como o grande pedestal da moralidade pública e como o mais
elevado altar da ética institucional. Collor também criticou o fato de Janot
ter compartilhado uma foto de um cartaz que o identificava como um
"salvador da Pátria". "A pátria do Ministério Público? A dos
procuradores? Ou a dele mesmo?", questionou o senador, dizendo que a
atitude é apenas uma tentativa de iludir. Collor disse que, de acordo com
informações que tem recebido, Janot vem falando que já estariam prontas as
denúncias que vai apresentar como desdobramento da operação Lava-Jato — antes
mesmos das conclusões das diligências e das investigações iniciais. Para o
senador, o fato é “gravíssismo, sob todos os aspectos”, já que a operação da
Polícia Federal ainda não foi concluída. "O fato é que o ilegal conceito
do pré-julgamento já está arraigado em sua covarde essência e em seus
ilegítimos propósitos", afirmou. Na visão do senador, a estratégia de
Janot é jogar a população contra os supostos envolvidos, sem aos menos lhes dar
a chance de defesa. Collor disse que este não é o exemplo que “o chefe maior do
Ministério Público deve demonstrar”. Para o senador, setores do MP tentam se
constituir como mais um poder da Nação e Janot vem se considerando como “um
arremedo de presidente da República”. "O processo de empoderamento deste
órgão verificado nas duas últimas décadas tem se revelado uma ameaça à própria
governança do país. É um perigo republicano real", registrou o senador,
acrescentando que o comportamento desvirtuado de alguns procuradores compromete
a atuação do órgão como um todo.
(Último Segundo)