A bancada do PT na
Câmara dos Deputados vai adotar como prioridade a proposta de reforma política
feita pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e pela Ordem dos Advogados
do Brasil. As duas entidades publicaram manifesto em agosto de 2013.
Outras 101 entidades subscrevem o documento, cuja articulação produziu o
projeto de lei 6316/2013. Em meio ao isolamento crescente do partido e ao
sentimento anti-PT que vem crescendo na Casa, petistas admitem reservadamente
que a proposta pode ser uma alternativa viável para enfrentar o texto formulado
pelo grupo de trabalho da reforma política, em 2013. Referência dentro do PT no
que diz respeito à reforma política, o deputado Henrique Fontana (RS) já se
manifestou publicamente favorável ao projeto da OAB/CNBB. Pelo texto da
proposta, ficam proibidas as doações de empresas para candidatos.
Historicamente, o PT defende financiamento exclusivamente público das campanhas,
enquanto o texto da CNBB/OAB deixa aberta a possibilidade de doações privadas
por pessoas físicas no valor máximo de R$ 700, mas acaba com as doações de
empresas. O líder do partido na Câmara, Sibá Machado (AC), diz não haver
intenção de abrir mão a respeito do financiamento exclusivamente público das
campanhas, mas reconhece, no entanto, a disposição em flexibilizar outros
pontos da reforma política. “Alguma coisa podemos negociar, mas a questão do
financiamento não tem meio termo. Agora, nas demais, é natural haver alguma
margem de negociação. Sabemos da dificuldade de aprovação. Se não negociar, não
aprova”, disse o líder petista.
(IG)