A criminalização da política no Brasil tem um interessado direto,
que se movimenta como seu principal beneficiário. Trata-se do ex-presidente do
Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, que vinha se preparando para
disputar a presidência da República apenas em 2018, mas já se coloca como uma
peça no tabuleiro desde já. Sua última aparição havia sido no Carnaval, quando
exigiu a demissão do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Agora, ele
volta às redes sociais, sugerindo que o Brasil pode estar à beira de uma
revolução. Eis
o que escreveu o ex-presidente do STF: “1) quem diria em maio de 1789 que aquele convescote estranho
realizado em Versalhes iria desembocar na terrível revolucão francesa?; 2) em 15/11/1889, nem mesmo o general Deodoro da Fonseca tinha em
mente derrubar o regime imperial sob o qual o Brasil vivia. Aconteceu; 3) nem o mais radical bolchevique imaginaria lá pelos idos de 1914
que a 1ª guerra mundial facilitaria a queda do regime czarista da Rússia”.
Em seguida, ele
explicou seus posts: “Por que fiz esses três últimos
posts sobre História? Porque no Brasil pouca gente pensa nas ‘voltas’ e nas
‘peças’ que a história dá e aplica”, afirmou, como quem sugere que a presidente
Dilma Rousseff pode estar prestes a ser guilhotinada. Herói de
movimentos como o grupo 'Revoltados Online', Barbosa pretende ocupar, no
imaginário nacional, o papel do justiceiro, capaz de limpar o Brasil da
corrupção. Seria uma espécie de 'salvador da pátria', mas sua própria conduta à
frente do STF o coloca como uma das mais sérias ameaças à democracia que o
Brasil já enfrentou.
(Brasil247)