13 fevereiro 2015

Youssef afirma que propina abasteceu vários partidos

Em depoimento à Polícia Federal, o doleiro Alberto Youssef disse que o PP, o PT e o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque receberam dinheiro de um dos investigados na Operação Lava Jato. As declarações, prestadas em outubro do ano passado, foram divulgadas após decisão do juiz federal Sergio Moro de retirar o sigilo dos depoimentos dados em acordo de delação premiada. Permanecem sob sigilo as partes dos depoimentos que envolvem autoridades protegidas por foro privilegiado. Youssef disse que entregou dinheiro em dois escritórios do consultor Júlio Camargo, em São Paulo e no Rio de Janeiro, após trazer para o Brasil valores enviados por Camargo ao exterior. O doleiro relatou que, antes de repassar o dinheiro ao consultor, "retinha o percentual devido ao PP", a Paulo Roberto Costa e a João Claudio Genu (ex-assessor do PP). Segundo Youssef, o dinheiro entregue no escritório de Camargo em São Paulo "servia para pagamentos da Camargo Corrêa e Mitsui Toyo ao Partido dos Trabalhadores, sendo que as pessoas indicadas para efetivar os pagamentos à época eram João Vaccari e José Dirceu." Para justificar as acusações, o doleiro disse ter "convicção de que os valores eram destinados ao Partido dos Trabalhadores e à Diretoria de Serviços da Petrobras, na pessoa de Renato Duque". A entrega de dinheiro nos escritórios de Camargo ocorreu entre meados de 2005 e meados de 2012. O valor operado foi R$ 27 milhões. Sobre as entregas no escritório de Júlio Camargo no Rio, Youssef afirmou que eram "pagamentos devidos a Renato Duque e, provavelmente, a outros empregados da Diretoria de Engenharia e Serviços, referente a comissionamentos das obras feitas pela Camargo Corrêa e a Mitsui Yoyo". Segundo o doleiro, um dos funcionários era Pedro Barusco, que também fez acordo de delação premiada.
(Band)
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